terça-feira, 28 de outubro de 2014

meu amorzinho,

amor é o que resta depois do fim. é a lembrança bonita de tudo que foi nosso e nunca vai deixar de ser. é aceitar que serão vividos novos momentos que não serão comigo, e deles virão lembranças que não poderei chamar  de nossas. serão suas e de mais alguém. é aceitar seu abraço nu na cama com qualquer uma que não eu. é sorrir ao revisitar as (poucas) fotos do tempo que passamos juntos. é entender que minhas implicâncias nunca permitiriam nossa felicidade. é admitir que fui mudada por tudo que passamos juntos e lamentar por não ter acontecido o mesmo com você. lamentar então sua volta aos vícios, e entender que, na sua vida, eles são mais eternos que eu. é refutar a vontade forte que surge a essa altura de criticar seus costumes e suas convicções, entendendo que isso nunca nos levou e nunca vai nos levar a lugar algum. lembra do texto que fiz em uma das vezes em que terminamos? sobre aceitar o fim já que não éramos capazes de aceitar um ao outro. esse término, agora definitivo, é só uma reafirmação do que foi dito: a gente quer no outro uma extensão de nós mesmos.

 não acontece.
 não vai acontecer.

 amor é desistir quando se entende que insistir é vão.

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